O prazo estabelecido para a indicação dos nomes do colegiado no Congresso é terça-feira. O data foi definida após a leitura, na manhã de ontem, do requerimento de criação da CPI, em sessão comandada pela vice-presidente do Congresso, Rose de Freitas (PMDB-ES).
Relator Entre as vagas mais cobiçadas da CPI, a indefinição fica por conta da relatoria, que ficará com o PT. Existe uma briga interna no partido entre as indicações de Cândido Vaccarezza (SP) e Odair Cunha (MG). Também entram na bolsa de cotações os nomes de Paulo Teixeira (SP) e Ricardo Berzoini (SP).
Já o presidente da CPI será o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Ele surge como alternativa única diante da negativa do até então preferido do partido, o senador Romero Jucá (RO), que já declarou publicamente não querer a cadeira. A avaliação é de que o senador paraibano, aliado próximo do líder peemedebista Renan Calheiros (AL), rezará a cartilha vinda do Palácio do Planalto e não vai criar problemas ao Executivo. “Vital é o nome do PMDB nesse cenário, em que o partido está com a presidência”, adiantou Renan.
A maior polêmica entre as nomeações da base aliada é a do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Líder do governo no Senado, ele já avisou que vai recusar a indicação, caso seja oficializada por Renan Calheiros. “Não há a menor possibilidade de eu integrar a CPI. O governo está fora desse tema. Se me indicarem é porque querem me sacanear. Por que ele (Renan) não se indica?”, questionou Braga. A inclusão do nome dele na lista do PMDB interessa a Renan, que poderia capitalizá-la no Palácio do Planalto.
Sem “falso heroísmo”
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou a marcar presença ontem no plenário do Senado. O parlamentar afirmou que seria falso heroísmo assinar a CPI que investigará a relação de agentes públicos e privados com a máfia de exploração dos jogos de azar. “A minha vida toda fui uma pessoa coerente. Por que assinaria a CPI? Falso heroísmo?”, questionou. Demóstenes surpreendeu ao dizer que o “Congresso tem razão para criar a CPI”. Afirmou não ter tomado conhecimento de quais parlamentares subscreveram o documento, mas que respeita o posicionamento dos colegas. Perguntado se estava se sentindo à vontade para frequentar o Senado, ele foi direto: “Claro, é a minha casa, fui eleito para isso”, concluiu, antes de dizer que estava retomando a rotina.