Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), defendeu nesta sexta-feira que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira adote, como primeira medida de trabalho, o pedido de quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de todas as pessoas acusadas de envolvimento com o esquema montado pelo empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“Eu começaria a investigação quebrando os sigilos fiscal, bancário e telefônico de todos aqueles que tiveram qualquer tipo de contato com o Cachoeira, mas essa decisão cabe ao relator [da CPMI]”, disse Maia.
“Nunca fui consultado, ou recomendado, pelo presidente Lula ou pela presidenta Dilma [Rousseff]. Essa questão que foi levantada, de que há interferência para turbinar ou abafar a CPMI, faz parte da imaginação
de alguns."
Segundo Marco Maia, a CPMI vai cumprir seu papel de investigar, mas, como é óbvio, haverá o debate político. "Essa não é uma CPMI que estabeleça disputa entre governo e oposição. Queremos acabar com esse poder paralelo criado pelo Cachoeira”, disse o deputado.
O líder do PT na Casa, deputado Jilmar Tatto (SP), também negou interferência externa em relação à CPMI. “Nenhuma [interferência do ex-presidente Lula]. É um assunto interno da bancada. O governo, em relação à CPMI, não está se metendo, interferindo, ainda mais nos nomes da bancada do PT”, disse Tatto.
Apesar de dizer que já tem na cabeça os nomes do partido que integrarão a CPMI do Cachoeira, o líder petista informou que só vai anunciar os escolhidos na próxima terça-feira, quando encerra o prazo para as indicações partidárias.
Quanto à indicação do partido para a relatoria da comissão que vai investigar a relação de políticos, agentes públicos e privados com o esquema de Carlinhos Cachoeira, Tatto negou que haja dificuldade para a escolha de um nome. “Temos pelo menos seis ou sete nomes que podem ser o relator”, disse.
Nessa quibta-feira, o PMDB anunciou que o senador Vital do Rego (PB) presidirá a CPMI.