Tão logo tomou posse em 2003, Requião iniciou uma cruzada contra os jogos eletrônicos no Estado, revogando as resoluções que permitiam o funcionamento de casas e colocando a polícia para fechar os locais. No ano seguinte, rescindiu o contrato com a Larami, que tinha vencido concorrência em 2001 para operar o Serviço de Loterias do Estado do Paraná (Serlopar). À época, Coppola e Cachoeira, que aparece como administrador da Brazilian Gaming Partners (BPG), uma das proprietárias da Larami, chegaram a ser investigados pela polícia do Estado e Ministério Público. O Serlopar foi definitivamente extinto em 2007 pela Assembleia Legislativa.
Ontem, quinta-feira, em pronunciamento no Senado, Requião cobrou a convocação de Richa para depor tão logo seja instalada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar as ligações de Cachoeira com agentes públicos. "Deixo aqui a recomendação, vamos rapidamente convocar o senhor Copolla o tal do Afrígio e o governador Beto Richa para que ele diga o que foi tão bom nesta conversa cinco dias depois de sua eleição com os capo do bicho e da corrupção no Brasil", discursou. Segundo Requião, além da retomada do jogo no Estado, o grupo de Cachoeira pretendia pedir indenização por lucros cessantes.
A Secretaria de Comunicação Social do Paraná divulgou uma nota na noite de quinta-feira em que nega qualquer contato entre Richa e as pessoas citadas nos e-mails. "O governador Beto Richa não conhece, nunca falou e não tem qualquer relação com as pessoas de Roberto Coppola ou Adriano Aprigio de Souza", diz a nota. O documento também afirma que ele "nunca tratou de qualquer proposta de reativação de serviço de loterias e nem autorizou qualquer membro do governo a tomar qualquer iniciativa com esse objetivo". Segundo a nota, o envolvimento do nome de Richa "não tem qualquer fundamento em fatos". Por fim, diz que a manifestação de Requião "não merece crédito", alegando que é "totalmente descabida, injusta e infundada."