Jornal Estado de Minas

Novo presidente do Supremo nega manipulação de julgamentos no STF

A troca de farpas entre os ministros do Supremo veio à tona, após entrevista do ex-presidente da Côrte, Cezar Peluso, criticar os colegas em entrevista

- Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF - 23/11/2011
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, negou que em algum momento tenha havido manipulação de julgamentos no tribunal. Ele afirmou, ainda, nunca ter visto nenhuma demonstração de racismo no STF. Em entrevista ao jornal "O Globo", o ministro Joaquim Barbosa afirmou que o ex-presidente do STF, Cezar Peluso, teria manipulado o resultado de julgamentos e também se disse vítima de demonstrações de racismo por colegas.

"Proferido o resultado do julgamento, é impossível haver manipulação. É uma impossibilidade logística", afirmou, nesta sexta, Ayres Britto, em resposta. "Em nunca vi e nunca verei um presidente alterar o conteúdo de uma decisão, porque os outros (ministros) reagiriam", acrescentou. O presidente do tribunal ressaltou que o racismo é crime no Brasil. "Eu nunca vi isso aqui. Nós somos contra o racismo, até por dever", afirmou.

A polêmica envolvendo o STF começou após o ex-presidente da Côrte, Cezar Peluso, criticar os colegas. De saída da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro disse que o futuro da Corte é preocupante e que o trabalho da ministra Eliana Calmon na Corregedoria Nacional de Justiça não gerou qualquer resultado. Peluso ainda criticou a presidente Dilma Rousseff, por ter tirado do orçamento deste ano o aumento do Judiciário, e o senador Francisco Dornelles, que ele afirma estar a serviço dos bancos. Na mesma entrevista, Peluso disse que o colega Joaquim Barbosa “é uma pessoa insegura que reage pela insegurança”.

Recém-empossado como vice-presidente da Côrte, Barbosa reagiu e disse, em entrevista ao jornal “O Globo”, que a gestão de Peluso foi “desastrosa”. O ministro ainda se referiu ao colega como “Rídiculo”, “brega”, “caipira”, “corporativo”, “desleal”, “tirano” e “pequeno”. E que Peluso pratica “bullying”.

Com Agências