Escalado como suplente da CPI na vaga destinada ao bloco de oposição do Senado, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) acredita que a divisão do trabalho por vários parlamentares ajuda nas investigações e evita que a maioria governista transforme os trabalhos em uma farsa política. “Como não acredito que vão dar algum espaço para a oposição, não podemos deixar tudo nas mãos apenas de governistas, porque senão a CPI não vai dar em nada”, ressaltou o parlamentar pernambucano.
Para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), a proposta não significa, de antemão, que os trabalhos da comissão serão prejudicados. Ele lembrou que o expediente foi adotado durante a CPI que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor e surtiu efeito. Curiosamente, Collor é um dos senadores que farão parte da CPI do Cachoeira. “Mas se alguém está pensando que , ao ter uma sub-relatoria, passará a ser dono de um pedaço da CPI, está enganado”, alertou Miro.
Para o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), líder do DEM na Câmara, não haveria nenhum problema se as sub-relatorias fossem adotadas. Mas ele prefere ser prudente para não antecipar disputas enquanto o nome do relator não for definido. “A CPI ainda precisa ser instalada. A partir daí vamos conversar com os demais integrantes do bloco para definirmos nossa linha de atuação”, disse ele.
Longe da polêmica, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), afirma que o objetivo do seu partido é investigar todas as suspeitas levantadas nas Operações Vegas e Monte Carlo, realizadas pela Polícia Federal. Ele nega que a escolha dos dois deputados peemedebistas para a CPI tenha o objetivo de prejudicar os governos estaduais. Henrique escolheu a deputada Íris Araújo (GO) e Luiz Pitiman (DF). “Pitiman é um empresário que iniciou a carreira política e Íris é vice-presidente nacional do PMDB”, ressaltou. “O PMDB não quer politizar nada. Não vai atacar ninguém gratuitamente, mas também não vamos blindar ninguém”, assegurou.