Após conversar com sua assessoria técnica, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), decidiu nesta segunda adiar a votação do projeto que acaba com a guerra fiscal dos portos, prevista para ocorrer na terça-feira à tarde em plenário. Com a mudança, a sessão de amanhã será reservada para a votação de duas medidas provisórias que trancam a pauta, uma das quais perde a eficácia na quinta-feira se não for votada.
A estratégia de votação da chamada guerra dos portos será discutida nesta terça pela manhã numa reunião no gabinete de Braga que terá a presença da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e de líderes da base aliada. Cauteloso, Braga não quer passar a impressão de que está aniquilando os resistentes, mesmo diante dos prováveis protestos dos senadores e governadores de Estados prejudicados com a eventual mudança.
Os governistas já esperam três focos de resistência. O primeiro é o dos nove senadores dos Estados mais prejudicados com a mudança: Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás. O segundo é capitaneado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que reapresentará uma emenda para prever uma regra de transição à proposta. E o último puxado pelo senador petista Lindbergh Farias (RJ) que quer discutir a matéria junto com a troca do indexador das dívidas dos Estados com a União.
A base aliada, contudo, dispõe de votos suficientes para derrubar qualquer tentativa de adiamento da votação ou de insistência na aprovação de uma regra de transição de cinco anos para a entrada em vigor da nova regra, o que propõe a emenda de Aécio.