Anunciado nessa terça-feira pelo PT como o relator da Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) Mista do Cachoeira, o deputado federal Odair Cunha (PT-MG) afirmou que a investigação será realizada “doa a quem doer”, repetindo frase atribuída ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele destacou, entretanto, que os trabalhos serão centralizados nas relações de políticos com o empresário do jogo ilegal Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, enquanto a oposição insiste em ampliar o foco, cobrando, por exemplo, a apuração detalhada dos negócios da Construtora Delta – a principal do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que teria ligações com bicheiro – com os governos federal e estaduais.
O deputado negou que o fato de ser vice-líder do governo na Câmara represente algum impedimento para que exerça a relatoria. "Todos nós aqui temos relações com o governo Dilma. É importante termos clareza de que estamos investigando Carlinhos e suas relações. Não se trata de uma investigação que necessariamente vá para cima do Planalto ou de qualquer integrante do governo. Queremos investigar o fato determinado que originou a CPI", disse.
Odair é deputado de confiança do Palácio do Planalto e foi relator da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorrogou a Desvinculação das Receitas da União (DRU), projeto de interesse do governo. Segundo o parlamentar, os primeiros convocados a prestar depoimento na comissão deverão ser ouvidos na segunda semana de maio. A definição dos nomes ocorrerá depois da análise de documentos das operações da Polícia Federal Monte Carlo e Vegas, que serão requisitados à Justiça pela CPI.
As articulações para instalação da comissão começaram a tomar forma depois de o senador Demóstenes Torres (sem-partido-GO) ter sido flagrado em escutas da Polícia Federal conversando com o bicheiro. A principal suspeita é de tráfico de influência. Cachoeira, por intermédio de Demóstenes, fazia indicações para cargos e discutia com o parlamentar o comportamento que deveria adotar na tramitação de projetos. O senador pertencia ao DEM, mas se desfilou do partido depois do escândalo e agora responde a processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar.
Além de Odair, o PT terá como titulares da CPI os deputados Cândido Vaccareza (SP), ex-líder do governo na Câmara, e Paulo Teixeira, ex-líder do PT na Câmara. Como suplentes foram indicados os deputados Dr. Rosinha (PR), Sibá Machado (AC) e Luiz Sérgio (RJ). A Presidência da CPI ficará com o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Conforme o regimento para criação de CPIs mistas, o partido com a maior bancada no Senado indica a presidência da comissão, enquanto a legenda com segunda maior bancada fica com a relatoria.
Disputa
A relatoria é considerada o principal cargo das comissões parlamentares de inquérito, por ditar o ritmo das investigações. O deputado negou que tenha havido um veto do Planalto ao deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que, ao lado de Paulo Teixeira (SP), também estava na disputa. O relator afirmou ainda que não pode ser considerado mais fiel que os outros colegas petistas. "Não sou nem mais nem menos governista do que qualquer deputado da bancada do PT."
O nome de Vaccarezza enfrentava resistências no Palácio do Planalto para relatar a CPI, enquanto Teixeira foi vetado por grupo do próprio partido. Cunha corria por fora com o apoio de parte da bancada petista. O PT buscava um nome com respaldo da sigla e que, ao mesmo tempo, conseguisse blindar o governo nas investigações. (Com agências)
O deputado negou que o fato de ser vice-líder do governo na Câmara represente algum impedimento para que exerça a relatoria. "Todos nós aqui temos relações com o governo Dilma. É importante termos clareza de que estamos investigando Carlinhos e suas relações. Não se trata de uma investigação que necessariamente vá para cima do Planalto ou de qualquer integrante do governo. Queremos investigar o fato determinado que originou a CPI", disse.
Odair é deputado de confiança do Palácio do Planalto e foi relator da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorrogou a Desvinculação das Receitas da União (DRU), projeto de interesse do governo. Segundo o parlamentar, os primeiros convocados a prestar depoimento na comissão deverão ser ouvidos na segunda semana de maio. A definição dos nomes ocorrerá depois da análise de documentos das operações da Polícia Federal Monte Carlo e Vegas, que serão requisitados à Justiça pela CPI.
As articulações para instalação da comissão começaram a tomar forma depois de o senador Demóstenes Torres (sem-partido-GO) ter sido flagrado em escutas da Polícia Federal conversando com o bicheiro. A principal suspeita é de tráfico de influência. Cachoeira, por intermédio de Demóstenes, fazia indicações para cargos e discutia com o parlamentar o comportamento que deveria adotar na tramitação de projetos. O senador pertencia ao DEM, mas se desfilou do partido depois do escândalo e agora responde a processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar.
Além de Odair, o PT terá como titulares da CPI os deputados Cândido Vaccareza (SP), ex-líder do governo na Câmara, e Paulo Teixeira, ex-líder do PT na Câmara. Como suplentes foram indicados os deputados Dr. Rosinha (PR), Sibá Machado (AC) e Luiz Sérgio (RJ). A Presidência da CPI ficará com o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Conforme o regimento para criação de CPIs mistas, o partido com a maior bancada no Senado indica a presidência da comissão, enquanto a legenda com segunda maior bancada fica com a relatoria.
Disputa
A relatoria é considerada o principal cargo das comissões parlamentares de inquérito, por ditar o ritmo das investigações. O deputado negou que tenha havido um veto do Planalto ao deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que, ao lado de Paulo Teixeira (SP), também estava na disputa. O relator afirmou ainda que não pode ser considerado mais fiel que os outros colegas petistas. "Não sou nem mais nem menos governista do que qualquer deputado da bancada do PT."
O nome de Vaccarezza enfrentava resistências no Palácio do Planalto para relatar a CPI, enquanto Teixeira foi vetado por grupo do próprio partido. Cunha corria por fora com o apoio de parte da bancada petista. O PT buscava um nome com respaldo da sigla e que, ao mesmo tempo, conseguisse blindar o governo nas investigações. (Com agências)