Demóstenes
O PT, partido da presidente Dilma Rousseff, abriu mão de uma das três vagas de titular a que tinha direito e manterá na CPI apenas os senadores da legenda que integram o Conselho de Ética, onde corre o processo de quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que esteve no plenário ontem. O parlamentar anunciou que apresentará hoje a sua defesa. Cotados para uma vaga de titular, os petistas Welington Dias (PI) e Jorge Viana (AC) ficaram como suplentes – o que também ocorreu com o líder do partido, Walter Pinheiro (BA). Sobrou para Lídice da Mata (PSB-BA) uma das cadeiras de titular do bloco, que conta ainda com PDT, PSB, PCdoB e PRB.
Entre os integrantes do bloco União e Força (PR, PTB e PSC), até a suplência assusta. Presidente do PR, o senador Alfredo Nascimento (AM) pediu para deixar o posto depois de o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot acusar, por meio da imprensa, assessores do Planalto de trabalharem para derrubá-lo do cargo. “O cara ia entrar numa roubada dessas, tendo que escolher entre um correligionário e o governo? Claro que não”, justificou um aliado de Nascimento.
O conteúdo explosivo da CPI está garantido com a participação de parlamentares ressentidos. Parte da bancada petista, que guarda mágoas do episódio do mensalão, e o senador Fernando Collor (PTB-AL) estão nessa lista. As estratégias incendiárias não pouparão nenhum dos poderes. A primeira convocação seria a do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. No Executivo federal, o grande temor governista recai sobre possíveis revelações de Antônio Pagot.
Enquanto isso...
… STF desmembra Processo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski desmembrou ontem as investigações relativas à Operação Monte Carlo, determinando a abertura de três inquéritos que tramitarão no Supremo Tribunal Federal (STF). Além da investigação já existente contra o senador Demóstenes Torres (sem partido- GO), vão tramitar no STF inquéritos contra os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stephan Nercessian (PPS-RJ). Lewandowski liberou três cópias do processo ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que ele decida se vai enviar aos foros competentes o pedido de abertura de inquérito contra o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres.