Já os governistas defendem que o relatório seja conduzido somente pelo relator, o deputado Odair Cunha (PT-MG). "Essa é uma tentativa da oposição de esvaziar o trabalho do relator", defendeu o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), ex-líder do PT na Câmara e integrante da comissão.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) defendeu que se os trabalhos ficarem concentrados unicamente no relator, a CPMI não atenderá aos objetivos para os quais foi criada. "São tantas vertentes dessa CPMI, temos duas operações da Polícia Federal, temos crimes de contravenção, jogos ilegais, envolvimento de agentes públicos e privados. É uma investigação muito ampla. Concentrar o trabalho em uma pessoa só é trabalhar a favor da ineficácia", disse. “O que vai acontecer é que, se permanecer essa forma de trabalho, teremos um relatório, ao final, aquém do que essa comissão deveria produzir”, completou o senador.
A CPMI foi instalada oficialmente hoje. O relator e o presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), foram oficializados e a CPMI decidiu, por unanimidade, requisitar do Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) os documentos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.
O relator da CPMI discorda da divisão do trabalho em subrelatorias. "A princípio eu julgo não ser necessária a constituição de subrelatorias. Na verdade, cada parlamentar é, se quiser ser, um subrelator, depende da disposição dele. Quero valorizar todos os integrantes da CPMI, que terão condições de participar do nosso relatório", disse Odair Cunha, ao final da reunião.
Até a próxima quarta-feira, o relator disse que trabalhará somente para traçar uma estratégia para a CPMI e que as definições sobre convocações serão discutidas após a análise dos documentos. "Faremos uma análise prévia dos documentos e, a partir dessa análise, é que nós vamos decidir sobre as pessoas a serem convocadas", enfatizou.