Hoje era o último dia para o senador Demóstenes Torres apresentar sua defesa ao Conselho de Ética do Senado, que está na fase preliminar de análise da representação contra ele apresentada pelo PSOL. O senador teve dez dias úteis para se pronunciar. Demóstenes é acusado de envolvimento com Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal por exploração de jogos ilegais, corrupção e tráfico de influência.
Entre os argumentos apresentados na defesa do senador, uma deles refere-se à origem da representação oferecida ao Conselho de Ética. De acordo com o advogado, não se pode admitir uma denúncia que tenha origem em reportagens. "Sustentou-se a impossibilidade de se respaldar a presente representação em matérias jornalísticas, que padecem do vício de confiabilidade e verificabilidade, sendo absolutamente repudiável sua utilização como fundamento para instauração de investigação ou ação penal, bem como de processo disciplinar", diz o documento.
O advogado também ponderou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, instalada hoje, tem o mesmo alvo de investigação e, portanto, o Conselho de Ética poderia aguardar o resultado da comissão. A CPMI tem 180 dias para concluir seu trabalho.
"A mencionada representação não merece prosseguir nesses termos, sendo absolutamente indispensável que se promova, antes da formalização de uma acusação, investigações preliminares, tais quais se intenta realizar no curso da comissão parlamentar de inquérito já instaurada no Congresso Nacional para apurar", diz o texto.