A estratégia do ex-presidente de ter três nomes à disposição está relacionada com decisões a serem tomadas pela Justiça. Walfrido – caso seja condenado no processo em que é acusado por arrecadação irregular de recursos na campanha ao governo de Minas em 1998, juntamente com o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), hoje deputado federal – estaria fora da briga. O mesmo vale para o ministro Pimentel, que responde na Justiça por suspeitas de irregularidades na aquisição de câmeras de vídeos para o Programa Olho Vivo no período em que foi prefeito de Belo Horizonte.
A candidatura, portanto, ficaria com Marcio Lacerda. O integrante do PSB, no entanto, administra a capital tendo o PT e o PSDB como aliados e, apesar de já ter dado sinais de que pode abandonar os tucanos, sua decisão, ao menos até o momento, ainda é uma incógnita.
Apesar de ser uma das principais lideranças do PT em Minas Gerais, o nome do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias, no governo Lula, não foi citado no encontro com Walfrido e Lacerda. A justificativa é que o ex-presidente não teria aprovado a saída do ex-ministro da pasta para ser vice do ex-senador Hélio Costa (PMDB) na chapa do candidato a governo de Minas, apesar de o próprio Patrus, à época, ter dito que tinha o aval do ex-presidente.
Reação
Pelo menos parte do PSB não aprova as articulações do presidente estadual do partido não só em relação às articulações para as eleições de 2014 como também na disputa pelas prefeituras, em outubro. A argumentação é que Walfrido seja mais ligado ao PT que ao próprio PSB. “É o nome do ex-presidente Lula no estado”, diz um nervoso integrante do partido de Lacerda, que prefere a aproximação com os tucanos.
Walfrido ocupou dois cargos no governo do presidente Lula: no primeiro mandato do petista foi nomeado ministro do Turismo. No segundo, ocupou a pasta das Relações Institucionais. Ex-integrante do PTB, o atual presidente do PSB de Minas Gerais mudou de partido depois de acordo entre Lula e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e um dos principais aliados do ex-presidente.