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Estado de Minas

Grupo de Cachoeira não queria Mailine Alvarenga no comando da Polícia Civil do DF


postado em 02/05/2012 07:37 / atualizado em 02/05/2012 07:40

Ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF) na Operação Monte Carlo indicam que o grupo liderado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira ficou contrariado com a nomeação da delegada Mailine Alvarenga na direção da Polícia Civil do DF.

Num dos trechos captados em 30 de dezembro de 2010, o araponga Idalberto Matias, o Dadá, reclama de não conhecer Mailine e de não ter acesso a ela. Desaprova a decisão.

Dadá conversa com um homem não identificado (HNI) que também lamenta a escolha feita pelo governador Agnelo Queiroz (PT) para o comando da Polícia Civil do DF.

A PF suspeita de que o homem não identificado seja um delegado da Polícia Civil, pelo teor da conversa. Num dos trechos, ele diz que vai chegar em Brasília no dia 10 de janeiro e pedir a aposentadoria. E se refere à Polícia Civil do DF, na conversa com Dadá, como "nossa empresa".

A delegada Mailine Alvarenga passou nove meses no comando da Polícia. Durante todo o tempo, foi alvo de dossiês e pressões políticas para deixar o cargo.

Em maio de 2011, numa tentativa de frear o desgaste da diretora, Agnelo chegou a declarar em entrevista ao Correio que não cederia à pressão e que manteria Mailine no cargo.

Mailine, no entanto, caiu em novembro de 2011. No lugar dela, assumiu o delegado Onofre de Moraes, indicado pelo então chefe de gabinete do governador, Cláudio Monteiro, que deixou o governo para se defender de suspeitas relacionadas à Operação Monte Carlo.

Mailine foi uma escolha pessoal do primeiro secretário de Segurança do DF na gestão de Agnelo, Daniel Lorenz.

Delegado aposentado da PF, Lorenz também não era do grupo de Cachoeira, segundo relata Dadá nas conversas. Lorenz deixou a secretaria de Segurança Pública antes de completar quatro meses no cargo.

Nos diálogos, há uma preocupação do grupo de Cachoeira e de Dadá de que o novo grupo no comando da Segurança tratasse o guardião da Polícia Civil, sistema de interceptações telefônicas, com mão de ferro.

Em junho, o delegado da PF Sandro Avelar assumiu a secretaria de Segurança Pública com apoio do Ministério da Justiça. Ele, no entanto, apenas recentemente conseguiu emplacar nos comandos da Polícia Civil e da Polícia Militar do DF pessoas de sua confiança, respectivamente, o delegado Jorge Xavier e o coronel Suamy Santana.


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