De volta ao Rio depois de dez dias de férias na Itália, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse nesta quarta que não vai alimentar a guerra deflagrada pelo deputado Anthony Garotinho (PR) com a divulgação de fotos e vídeos do governador Sérgio Cabral (PMDB) em jantares e passeios de luxo ao lado do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta. A empresa recebeu R$ 1,5 bilhão em contratos com o governo do Estado nos cinco anos e quatro meses da gestão Cabral.
Atacado diariamente no blog de Garotinho, Cabral fugiu ao estilo brincalhão habitual. Fez um discurso protocolar e deixou o salão logo depois da cerimônia, sem dar entrevistas, acompanhado por Pezão e pelo chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, que aparece ao lado do governador em fotos feitas depois da festa de lançamento do Guia Verde Michelin Rio de Janeiro, em Paris, em setembro de 2009. As imagens foram as primeiras divulgadas por Garotinho na última sexta-feira.
No discurso em que celebrou o início do trabalho de policiais militares na segurança das escolas públicas estaduais, Cabral não fez qualquer menção à crise política. Limitou-se a criticar genericamente os antecessores pela situação em que encontrou o Estado. Garotinho e a mulher, Rosinha, foram governadores do Rio. "Rompemos tradições maléficas na área da educação que vinham de vinte, trinta anos. O Estado estava em rota de decadência econômica e social, não via perspectiva de futuro", afirmou Cabral.