Brasília – Os integrantes da CPI do Cachoeira criticaram as regras de acesso à sala onde estão disponíveis as informações da Operação Vegas, da Polícia Federal (PF). O espaço tem apenas três computadores, que contêm o inquérito, e é monitorado por câmeras e seguranças do Senado. Os parlamentares não podem entrar com telefones celulares nem acompanhados de assessores, o que, segundo eles, dificulta o trabalho. A oposição vai formalizar um pedido à presidência do colegiado para flexibilizar as restrições, além de solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do sigilo dos dados, o que tornaria desnecessária a manutenção do aparato de monitoramento.
A insatisfação com as regras desestimulou boa parte dos parlamentares a analisar o documento. Até o início da noite de ontem, a sala havia recebido apenas cinco visitas de senadores e deputados. Diante das queixas, o presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se comprometeu a instalar mais sete computadores e afirmou estar estudando uma maneira de permitir a entrada de assessores. Ontem, ele recebeu as mídias com o que foi apurado durante a Operação Monte Carlo, também da PF, e deve colocá-las hoje à disposição do colegiado.
Primeira a utilizar a sala-cofre ontem, a deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) cobrou ajuda para interpretar os dados. “Fiquei lá três horas tentando fazer o link de um assunto com o outro. Vamos sugerir ao presidente que possamos contar com pelo menos um assessor credenciado para ter acesso aos autos”, disse. O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), terceiro a consultar os documentos, reforçou o pedido da colega: “Isso (a falta de assessoramento) torna o trabalho menos eficiente”, reclamou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) atribuiu o rigor das regras de acesso a uma tentativa da base aliada de manipular o curso das apurações. “Os parlamentares estão sendo tratados como parentes do Cachoeira (contraventor Carlos Augusto Ramos) em visita ao presídio da Papuda. O inquérito já foi devassado pela imprensa. A CPI é feita para dar luz aos fatos, não para escondê-los”, atacou Dias.
Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) garantiu que não acessará os dados enquanto não houver mudanças. Ele pediu a permissão de entrada a assessores e a ampliação do número de máquinas, além de questionar o monitoramento: “É um ‘mico’ ir àquela salinha proibido de levar aparelhos celulares e vigiado por câmeras. O ministro do STF é monitorado enquanto olha um processo? O procurador-geral da República é impedido de mostrar um inquérito a assessores? A CPI tem poderes próprios de investigação”.
Depoimento
Oposição e governistas continuaram ontem o cabo de guerra que envolve a convocação de governadores. PT e PMDB sustentam que somente Marconi Perillo (PSDB-GO) deve comparecer à comissão. Já o PSDB defende um requerimento obrigando também Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Agnelo Queiroz (PT-DF), ambos da base aliada, a prestarem depoimento no mesmo dia em que for agendado o de Perillo. Vital do Rêgo afirmou ontem, porém, que não é permitida a convocação em bloco, sob argumento de que as acusações são diferentes.
Hoje à tarde, a CPI receberá o delegado responsável pela operação Vegas, Raul Alexandre Souza. Antes de ouvi-lo, decidirá se a sessão será aberta ou secreta. Pela manhã, o Conselho de Ética do Senado votará o relatório que pede abertura de processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Ontem, os advogados dele protocolaram um pedido para ter mais 10 dias até apresentar a defesa do parlamentar.
A insatisfação com as regras desestimulou boa parte dos parlamentares a analisar o documento. Até o início da noite de ontem, a sala havia recebido apenas cinco visitas de senadores e deputados. Diante das queixas, o presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se comprometeu a instalar mais sete computadores e afirmou estar estudando uma maneira de permitir a entrada de assessores. Ontem, ele recebeu as mídias com o que foi apurado durante a Operação Monte Carlo, também da PF, e deve colocá-las hoje à disposição do colegiado.
Primeira a utilizar a sala-cofre ontem, a deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) cobrou ajuda para interpretar os dados. “Fiquei lá três horas tentando fazer o link de um assunto com o outro. Vamos sugerir ao presidente que possamos contar com pelo menos um assessor credenciado para ter acesso aos autos”, disse. O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), terceiro a consultar os documentos, reforçou o pedido da colega: “Isso (a falta de assessoramento) torna o trabalho menos eficiente”, reclamou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) atribuiu o rigor das regras de acesso a uma tentativa da base aliada de manipular o curso das apurações. “Os parlamentares estão sendo tratados como parentes do Cachoeira (contraventor Carlos Augusto Ramos) em visita ao presídio da Papuda. O inquérito já foi devassado pela imprensa. A CPI é feita para dar luz aos fatos, não para escondê-los”, atacou Dias.
Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) garantiu que não acessará os dados enquanto não houver mudanças. Ele pediu a permissão de entrada a assessores e a ampliação do número de máquinas, além de questionar o monitoramento: “É um ‘mico’ ir àquela salinha proibido de levar aparelhos celulares e vigiado por câmeras. O ministro do STF é monitorado enquanto olha um processo? O procurador-geral da República é impedido de mostrar um inquérito a assessores? A CPI tem poderes próprios de investigação”.
Depoimento
Oposição e governistas continuaram ontem o cabo de guerra que envolve a convocação de governadores. PT e PMDB sustentam que somente Marconi Perillo (PSDB-GO) deve comparecer à comissão. Já o PSDB defende um requerimento obrigando também Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Agnelo Queiroz (PT-DF), ambos da base aliada, a prestarem depoimento no mesmo dia em que for agendado o de Perillo. Vital do Rêgo afirmou ontem, porém, que não é permitida a convocação em bloco, sob argumento de que as acusações são diferentes.
Hoje à tarde, a CPI receberá o delegado responsável pela operação Vegas, Raul Alexandre Souza. Antes de ouvi-lo, decidirá se a sessão será aberta ou secreta. Pela manhã, o Conselho de Ética do Senado votará o relatório que pede abertura de processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Ontem, os advogados dele protocolaram um pedido para ter mais 10 dias até apresentar a defesa do parlamentar.