O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro deverá tentar adiar a votação prevista para esta terça de manhã do relatório. Kakay, como é conhecido, pretende insistir na concessão de novo prazo para apresentação de defesa para seu cliente. A tendência, no entanto, é que o pedido seja novamente negado pelo presidente do Conselho Ética, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Na semana passada, dizendo-se surpreendido com o teor do relatório de Costa, Kakay solicitou mais tempo para preparar uma nova defesa, mas teve sua demanda rejeitada por Valadares.
Com a provável aprovação desta terça do pedido de abertura de processo por falta de decoro, o próximo passo do Conselho será a convocação de duas testemunhas: o próprio Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. A expectativa é que o relatório final de Costa seja votado no Conselho de Ética até o final de junho. A votação do eventual pedido de cassação do mandato de Demóstenes deverá ocorrer até o dia 17 de julho, antes do início do recesso parlamentar.
Ao defender a abertura de processo disciplinar, o relator afirmou que Demóstenes teria conhecimento das atividades ilícitas de Cachoeira. Costa argumentou que, como ex-procurador de Justiça e ex-secretário de segurança de Goiás, Demóstenes não tinha como desconhecer as atividades de "contravenção" de Cachoeira alardeadas durante a CPI dos Bingos do Senado, em 2006. Para pedir a abertura do processo, Costa acusou Demóstenes de ter recebido "vantagem indevida" ao aceitar um aparelho de rádio-celular Nextel do contraventor. Esse foi um dos aparelhos de telefone grampeados pelo Polícia Federal em que foram detectadas quase 300 conversas entre Cachoeira e Demóstenes.