Só que, na ocasião, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio, mulher de Gurgel, informou não ter encontrado indícios de envolvimento dos parlamentares para justificar que se levasse adiante as investigações. Com atuação destacada na área criminal Cláudia foi designada por Gurgel para avaliar os elementos da investigação Vegas.
"Ficou ruim para o Gurgel", admitiu um deputado de oposição, integrante da CPI, que até o momento dava suporte para que o procurador-geral não fosse convocado a depor. "As minhas convicções só foram reforçadas", afirmou outro deputado, da base aliada, referindo-se ao fato de que o procurador-geral teria sido condescendente com Demóstenes Torres.
A avaliação preliminar é de que, com o depoimento, voltará a ganhar força a disposição de se ouvir na CPI o procurador-geral. Gurgel só abriu investigação contra Demóstenes e três deputados federais envolvidos com Cachoeira, Sandes Junior (PP-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Stephan Nercessian (PPS-RJ), quando o envolvimento dos quatro se tornou público a partir de escutas telefônicas divulgadas pela imprensa.
Ou seja, as explicações do Ministério Público para retardar as investigações contra os parlamentares são consideradas insuficientes pelos integrantes da comissão. Com isso, não apenas os aliados devem apoiar a vinda de Gurgel à CPI.
Imprensa
Durante as escutas telefônicas da Operação Vegas, o delegado da Polícia também afirmou, em sessão secreta, que dois jornais de Goiás receberam dinheiro do esquema de Cachoeira. Os recursos, segundo Marques Sousa, teriam servido para que notícias de interesse do grupo fossem divulgadas pelas publicações.
O delegado disse ainda que um repórter do Fantástico, programa da Rede Globo, recebeu uma fita de vídeo do grupo de Cachoeira. Mas o delegado disse que, nesse caso, não viu qualquer "ilegalidade" por parte do jornalista.