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Estado de Minas

Gilmar Mendes vê relação entre críticas a Gurgel e mensalão


postado em 10/05/2012 19:13

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira que vê relação entre as críticas feitas ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o julgamento do mensalão. "Eu tenho a impressão de que sim (que há relação)", afirmou. "Há uma expectativa em torno disso, são pescadores em águas turvas, pessoas que estão querendo misturar estações tirar proveito, inibir as ações de órgãos que estão funcionando normalmente", acrescentou.

Gurgel é criticado no Congresso por ter aberto apenas neste ano inquérito no STF para investigar o envolvimento de políticos, como o senador Demóstenes Torres (GO), com o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira. "Evidente que a Procuradoria-Geral da República pode ter sua estratégia em relação a isso", afirmou Gilmar Mendes. "Eu tenho a impressão de que há uma certa excitação até mesmo da imprensa e plantação notória. Grupos políticos manipulando as próprias notícias", acrescentou.

Gilmar Mendes afirmou que é "evidente" que o procurador não deve ir à Comissão Parlamentar de Inquérito para explicar sua atuação. "Claro que não", respondeu ele. Nesta quarta, Gurgel atribuiu a réus do mensalão ou a pessoas que já foram alvos de investigação do Ministério Público as críticas que têm sido feitas a ele pela condução das investigações.

"Eu tenho dito que são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão", afirmou. "É compreensível que pessoas ligadas a mensaleiros queiram atacar o procurador-geral da República", acrescentou. "Eu acho que, se não réus, protetores de réus do mensalão estão como mentores (das críticas)", disse.

Gurgel não quis nominar quem estaria por trás das críticas que têm sido feitas a ele. Disse apenas, ao ser questionado se seria o ex-ministro José Dirceu, que é "notório quem está por trás das críticas". Gurgel disse ainda que as críticas têm como objetivo impedir as investigações do Ministério Público e imobilizar o procurador-geral da República.


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