Jornal Estado de Minas

PSDB tenta adiar votação da cessão de terreno para Instituto Lula

AgĂȘncia Estado
O PSDB vai tentar adiar a segunda rodada de votação para a cessão de um terreno de 4,4 mil metros quadrados para o Instituto Lula, prevista para a semana que vem, na Câmara de Vereadores de São Paulo. O terreno será utilizado pelo instituto do ex-presidente petista para construir o museu denominado de "Memorial da Democracia." Os tucanos insistem na tese de que o assunto ainda é bastante polêmico e precisa de mais discussões, antes de ser votado no plenário da Casa. "O PSDB vai defender uma nova audiência pública", disse o líder do partido na Câmara dos Vereadores, Floriano Pesaro.
Um dos defensores mais ferrenhos do projeto, o vereador do PT, José Américo, ironizou as manifestações ocorridas na manhã desta quinta-feira na Casa, comparando os cerca de 50 manifestantes com "os defensores do Golpe de 1964". E frisou: "Ganhamos a primeira (votação, ocorrida no dia 18 de abril) por ampla maioria e a tendência é ampliarmos a vantagem na segunda votação". O projeto da Prefeitura de São Paulo conta com maioria na Câmara dos Vereadores.

Apesar de fazer parte da minoria, o líder tucano adverte que as discussões de hoje mostraram que a sociedade não está sendo ouvida, por esse motivo a necessidade de novas audiências. "É um espaço de debate onde o povo se manifesta. Sou favorável (a uma nova audiência), quanto mais audiências públicas houver, melhor. Esse tema (cessão do terreno para o Instituto Lula) está muito mal resolvido. É uma doação ilegal e imoral. O PSDB é contra, quer conversar, o PSDB quer propor um (projeto) substitutivo", disse.

A votação, que estava prevista para a semana que vem, não deve ser realizada. Segundo o líder do governo na Câmara, Roberto Trípoli, a pauta não será posta em votação. "Eu te asseguro que não será na semana que vem. Não temos pressa. É algo importante, mas não é urgente", disse. O projeto foi proposto pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) no início de fevereiro. Em 18 de abril ocorreu a primeira votação, que deu ampla vitória ao governo, com 37 votos a favor, 11 contra e oito abstenções.