Brasília – A polêmica em torno da convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que teria sido omisso em não encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatórios da Polícia Federal sobre envolvimento de parlamentares com a organização de Carlinhos Cachoeira, acaba na quinta-feira. O relator da CPI do Cachoeira, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), garantiu que o requerimento que pede a convocação de Gurgel será votado e o assunto resolvido de uma vez por todas. "Não posso antecipar hoje se o procurador-geral da República vai ser convocado. É muito importante para analisarmos vários aspectos do grupo." Uma das propostas é que Gurgel preste depoimento por escrito.
Também o senador Aécio Neves (PSDB) saiu ontem em defesa do procurador-geral e acusou o PT de tentar desviar o foco da CPI, enquanto o presidente do PT, Rui Falcão, voltou a cobrar explicações de Gurgel sobre sua atuação no caso Cachoeira. Segundo o tucano, o PT estabeleceu dois alvos na comissão: a Procuradoria Geral e a mídia. “E nenhum deles tem a menor relação com as investigações que levaram à criação da CPI”. Para o senador, os petistas focam em Roberto Gurgel “com o objetivo de desqualificá-lo, já que ele é o advogado de acusação no processo do mensalão”. Aécio lembrou que o próprio presidente do PT, Rui Falcão, em vídeo no site do partido ligou os dois assuntos, ao classificar o caso Cachoeira como o escândalo “dos autores da farsa do mensalão”.