“A proposta aprovada em encontro com vereadores e candidatos é esta: sem coligação proporcional não escolheremos o vice”, disse nessa sexta-feira Roberto Carvalho, o protagonista da tese derrotada da candidatura própria do PT à Prefeitura de Belo Horizonte. Um novo encontro realizado nessa sexta-feira à noite pelo grupo de tática eleitoral do PT decidiu, mais uma vez, estender o prazo para o registro das candidaturas a vice. Dada a queda de braço entre as tendências, sem que nenhuma delas tenha força para aprovar um dos oito pré-candidatos a vice colocados, é mais uma tentativa de adiar o problema, que tenderá a ser resolvido no domingo ,, dia 20, no voto a voto de um segundo turno sem consenso.
A maior dificuldade para chegar a um candidato a vice está nas articulações para as eleições municipais de 2016. É corrente a interpretação de que o prefeito Marcio Lacerda poderá se tornar um potencial candidato ao Palácio da Liberdade, hipótese que, se confirmada, colocaria o governo municipal nas mãos do futuro vice-prefeito. Além disso, é também corrente a interpretação de que o vice escolhido agora será o “candidato natural” do PT à Prefeitura de Belo Horizonte em 2016, principalmente se estiver no exercício do cargo, diante de uma reeleição.
Até aqui, ninguém abre mão da pré-candidatura a vice. Estão colocados os nomes do deputado federal Miguel Corrêa Júnior, dos deputados estaduais Paulo Lamac e André Quintão, de Palova Mendes, que é chefe de gabinete de Roberto Carvalho, e de Murilo Valadares, que é secretário municipal de Obras e Infraestrutura e representa o grupo político do deputado federal Gabriel Guimarães. Há ainda três nomes considerados “técnicos” ou “neutros”, porque em princípio, por não serem políticos, não teriam pretensões no pleito de 2016. São eles: Marco Antônio Rezende Teixeira, procurador-geral do município, Jorge Nahas, secretário municipal de Política Social, e Luiz Gustavo Fortini Martins Teixeira, engenheiro da Sudecap de carreira.
Sem chance de consenso e sem que nenhum deles tenha maioria, nessa sexta-feira, começou a circular no PT outro nome: Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e ex-prefeito de Belo Horizonte. A tentativa foi feita por Juarez Guimarães, intelectual e militante histórico do PT. Nesta segunda-feira, Guimarães se sentará com Roberto Carvalho para conversar sobre o novo nome. A proposta é celebrada entre setores da Articulação e nas bases do PT, mas tem resistências porque reacende um velho embate com o grupo de Fernando Pimentel.