Ameaçada de convocação por integrantes da CPI do Cachoeira, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques disse ontem, em entrevista à reportagem, que não teme a quebra de seu sigilo telefônico, que irá ao Congresso se for convocada e que os "parlamentares não são burros e sabem que o Ministério Público agiu corretamente".
Acusada por setores da base aliada de não levar adiante uma investigação contra parlamentares envolvidos com o contraventor Carlinhos Cachoeira, principalmente o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), em 2009, Cláudia diz que tomou a decisão em conjunto com o delegado do caso e que integrantes da CPI querem, ao questionar sua atuação, desgastar seu marido, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por causa do julgamento do mensalão.
“Se tivesse arquivado em 2009, a investigação morreria ali e não teria dado em nada”, afirmou. “É aquele negócio: aconteceu no momento em que está perto do julgamento do mensalão.” Cláudia diz que, se convocada, vai à CPI esclarecer sua participação.
Ela também não está preocupada com o pedido do senador Sérgio Souza (PMDB-PR) de quebrar seu sigilo telefônico nos últimos três anos. “Ele vai ter uma desagradável surpresa. Nunca conversei com parlamentares no meu telefone. Só falava com meus filhos e meu marido.”