Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse nesta segunda-feira que pode alterar o cronograma de ações da comissão, caso o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não apareça para prestar depoimento.
Na semana passada, a defesa do empresário pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para ele não depor à CPMI, sem que tenha acesso amplo a todos as informações que estão em poder da comissão.
Não há ainda uma decisão do STF sobre o assunto. O relator do habeas corpus é o ministro Celso de Mello.
Vital do Rêgo disse que caso ele não compareça, a comissão poderá apreciar as dezenas de requerimentos que aguardam discussão e votação.
"Caso ele não compareça, imediatamente eu convoco reunião administrativa, trabalhando sob uma hipótese, para não perder o dia. Votos os requerimentos com os quais estou preparando pauta. Tenho que preparar um plano B, que seria antecipar a reunião administrativa para amanhã [15]", informou o presidente da CPMI.
O pedido feito pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende Cachoeira, é uma tentativa de adiar o depoimento do bicheiro na CPMI, marcado para esta terça-feira. A defesa alega que ele não teve acesso às provas e que pode recorrer ao seu direito de ficar calado durante o interrogatório. “Para decidir se fala ou se cala, ele precisa antes saber o que há a seu respeito”, destaca trecho do pedido.
Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro acusado de ligações com jogos ilegais e de coordenar uma rede de influência envolvendo políticos e autoridades.