"Não esquecemos", "Não descansamos", diziam algumas das faixas do protesto. O grupo destacou que "estão mortos os policiais que executaram as torturas que matou Odijas, mas a responsabilidade pelo crime não se restringe a eles, estende-se a todos os que compunham o sistema de torturas implantado pela ditadura civil-militar nas suas diversas instâncias".
"Um delegado de plantão, responsável maior pelas ocorrências na delegacia durante o seu serviço, não pode se isentar de culpa, assim como um médico que assina um atestado de óbito que atribui a morte por edema pulmonar a um preso torturado com espancamento generalizado e palmatória nos testículos", destacaram em nota.
Em Salvador, cerca de 150 estudantes participaram, na manhã desta segunda, de um ato pela investigação e punição de assassinatos cometidos por agentes de segurança durante a ditadura militar no Brasil. O protesto foi parte da manifestação nacional conhecida como "esculacho", promovido pelo movimento Levante Popular da Juventude.
Na capital baiana, o ato teve como alvo o carateca e ex-cabo do Exército Dalmar Caribé, suposto assassino de Carlos Lamarca e Zequinha Barreto. Os jovens encenaram uma sessão de tortura na frente da Associação Cultural e Esportiva Braskem (Aceb), na Rua Artur de Azevedo Machado, no bairro do Costa Azul. No clube funciona a Associação de Karatê da Bahia (Askaba), entidade que teve Dalmar entre os fundadores.
Os estudantes também jogaram tinta vermelha no asfalto, simbolizando o sangue dos mortos pelo regime, e picharam a pista com a frase "Dalmar Caribé assassino". Dalmar leciona caratê no sul baiano.