A manifestação contrária da população de São José da Barra, no Sudoeste de Minas, evitou que os vereadores da cidade aprovassem reajuste de cerca de 60% nos valores dos salários do prefeito, vice, secretários e dos próprios parlamentares. O Projeto de Lei, inicialmente aprovado pela Câmara Municipal do município em março deste ano, foi revogado na noite dessa segunda-feira, após a repercussão do reajuste incomodar os moradores da cidade. Se aprovado, os valores valeriam para a nova legislatura e representariam um ganho maior que a inflação, que nos últimos quatro anos acumulou alta de 24,03%.
A proposta de reajuste, de autoria da Mesa Diretora da Casa, foi aprovada em segundo turno no dia 26 de março por sete votos favoráveis e um contrário, do vereador Leandro de Oliveira (PV). Logo em seguida, o PL foi encaminhado ao prefeito que preferiu não sancionar o novo vencimento. De volta à Câmara, o veto do líder do Executivo municipal foi derrubado e, com a negativa do prefeito, coube ao presidente da Casa, Marcelo Rodrigues Silva (PSDB), a prerrogativa de levar a diante a vontade dos seus pares. “Nesse momento, em reunião com os vereadores, nós decidimos que seria melhor apresentar uma nova proposta que revogasse o reajuste. Humildemente, resolvemos ouvir a reivindicação da população”, contou o parlamentar.
Segundo Marcelo, o novo projeto 19/2012, também de autoria da Mesa Diretora, revoga os valores aprovados inicialmente. Outra proposta que já tramita na Casa estabelece que a manutenção dos atuais valores – R$ 2.301,26, para os vereadores; R4 4.723,11, para os secretários de governo; 3.295,38 para o vice-prefeito e R$ 14.047,92, para o prefeito – serão mantidos para a nova legislatura. O PL deve ir à votação em plenário na próxima semana.
Para o presidente da Câmara, que ainda aguarda o posicionamento do partido para decidir sobre a reeleição, os próximos vereadores terão que se contentar com os atuais valores e sem ganho real no subsídio. “Os políticos vão ter que se contentar com os valores e com o fato de que durante os próximos quatros anos não vão receber nenhuma espécie de aumento em seus salários”, disse.