A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da Delta Construções restrita às filiais da empreiteira localizadas na região Centro-Oeste. Apesar de protestos da oposição e de integrantes da base aliada, a comissão não quis ampliar, no momento, a quebra do sigilo da empreiteira em todo o País.
Com a decisão, a medida abrangerá as regionais da Delta em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Foi firmado um compromisso para votar a quebra ampliada apenas no dia 5 de junho.
Para o relator, as quebras de sigilo da matriz da Delta, a convocação de governadores envolvidos com o contraventor e do ex-presidente da empreiteira Fernando Cavendish serão analisados em "outro momento". Segundo ele, quem quiser investigar essas relações, agora, que peçam a abertura de uma CPI exclusiva da Delta, que ele apoiaria, ou nas assembleias estaduais.
"Nós não estamos fazendo devassa", reforçou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), para quem não há nenhuma ligação do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, com Cachoeira.
Mas para o deputado Fernando Franceschini (PSDB-PR) não é possível separar as filiais da empreiteira. Segundo ele, a Controladoria-Geral da União tem 60 contratos da Delta sob investigação por suspeitas de superfaturamento, desvio de finalidade e pagamentos indevidos. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) disse que está havendo um acordo para escolher "quem ia morrer". "O Rio de Janeiro está enterrado até a alma. Em nenhum lugar a Delta cresceu tanto quanto no Rio de Janeiro", afirmou.
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) criticou a intenção do relator de restringir as investigações contra a empreiteira. "Vossa Excelência não consegue convencer uma criança de três anos que esta Delta não tem que ter o seu sigilo aberto em todo o País", afirmou.