Jobim afirmou que o partido não tem programas nem posições sobre nada ao discorrer sobre temas federativos atuais que precisam de decisões, como a distribuição dos royalties, as regras de repartição dos recursos dos fundos de participação dos Estados e dos municípios que serão extintas em 31 de dezembro deste ano, além das mudanças na indexação das dívidas dos Estados.
O ex-ministro defendeu, indiretamente, uma candidatura própria do PMDB à presidência da República. Ele disse que "ter posições é correr risco" e que a última vez que o PMDB correu risco foi com a candidatura de Ulisses Guimarães à presidência da República em 1989. Jobim coordena uma comissão de notáveis criada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para discutir o pacto federativo e foi ao fórum fazer uma palestra sobre "Os municípios e o pacto federativo".
Em seu discurso, Jobim afirmou que estava ali para levantar problemas e que cabia à cúpula do partido ali presente a responsabilidade de fazer com que o partido tenha posições. Coube ao vice-presidente, Michel Temer, responder a Jobim.
Em um discurso feito na maior parte do tempo de costas para o ex-ministro, Temer disse que não se pode dizer nunca que o PMDB "fraqueja". Ele disse que o Código Florestal e o projeto que criou a aposentadoria complementar do servidor público são exemplos de programas do PMDB que foram levados à frente. Disse que o partido sempre foi municipalista e levantou a bandeira do pacto federativo. "Temos de trabalhar por isso", disse.
Temer afirmou que a eventual candidatura própria do partido à Presidência da República, em 2014, é ainda uma questão aberta. "Temos de nos preparar e isso depende de estágios. A primeira é a eleição municipal e temos de nos dedicar a isso", disse Temer. "Temos de ter o controle das duas Casas do Congresso Nacional", afirmou ainda. O vice-presidente pregou a unidade e a integração do PMDB.