Em Brasília, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), e outros parlamentares do PT e do PMDB se esforçaram ontem para negar um acordão para poupar alguns políticos das investigações, depois de a comissão ter deixado para a próxima sessão administrativa a avaliação dos requerimentos de convocação dos governadores. "Não vamos resumir nossos trabalhos em apenas uma reunião", disse Odair Cunha.
Para o presidente do PSDB, o caso Cachoeira não valia uma CPI. “O Cachoeira é muito menos do que uma CPI. Ele não tem esse tamanho. É provinciano, fala coisas e não tem como provar”, afirmou. No caso do PSDB, Guerra disse ter avaliado que nada atingirá o partido. Segundo ele, a sigla, assim como o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, está sendo alvo de especulações.
O tucano afirmou que a comissão instalada no Congresso faz o caminho contrário do tradicional, pois em outros momentos a investigação dos parlamentares antecedeu a da Polícia Federal. Ainda de acordo com ele, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) “já foi condenado” pelo julgamento público que o levou a se desfiliar do DEM.
Instalada em abril, a CPI está esvaziada, na visão do PSDB. Para Sérgio Guerra, falta vontade e consistência para que a investigação avance. "Não estou acusando partidos, mas não vejo muita gente interessada em levar isso (CPI) adiante. Porque atinge governos de vários partidos. O Executivo no plural – o governo federal e governos estaduais – não querem deixar ir adiante. Não é porque não tem coisa por trás. É porque tem", disparou Guerra, que não vê "vontade política, orientação, processo, método para levar isso adiante com vistas a um resultado". “Os líderes não estão nem indo lá”, completou.
Apesar de desdenhar da CPI, o presidente tucano disse que seu partido é favorável à investigação “onde ela se justificar” e nunca obstruiu os trabalhos da comissão. Segundo ele, Perillo e o deputado federal Carlos Alberto Lereia (GO) não serão encaminhados à comissão de ética do partido por já terem convencido a todos de que não têm participação no esquema de corrupção do bicheiro. (Com agências)