A dificuldade do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), em reagir ao caso Carlinhos Cachoeira com algo além de notas oficiais, respostas curtas ou simplesmente o silêncio gera dúvidas sobre o futuro político do governador. Políticos se questionam sobre a capacidade de Cabral influir nas eleições de outubro e mesmo de fazer de seu vice, Luiz Fernando Pezão, seu sucessor em 2014.
Dirigentes do PMDB ouvidos pela reportagem reconhecem que Cabral sofreu desgaste pessoal com o episódio. Segundo os peemedebistas o caso gerou, apenas na capital, uma perda de avaliação positiva entre 300 mil a 400 mil eleitores. O estrago, porém, teria sido maior na classe média da capital. “Na classe média mais informada, certamente teve um impacto, hoje somos um País de classe média”, avalia o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social.
Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um aliado e amigo a quem Cabral deve o pacote de obras de seus governos, parece convencido do enfraquecimento político do governador - e o demonstrou em conversa recente com o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Segundo testemunhas, na entrega de títulos de doutor honoris causa ao ex-presidente, Paes e Lula conversavam quando o senador Lindbergh Farias (PT), potencial candidato ao governo do Rio, passou pelos dois. “Vai dar trabalho em 2014”, disse Paes, apontando para o senador. Lula concordou e acrescentou: “É, mas o Pezão está superado.”