Jornal Estado de Minas

Partidos se "conformam" com possível silêncio de Cachoeira na CPMI

Junia Gama
Brasília – Com o sinal verde para que o bicheiro Carlinhos Cachoeira deponha à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) e a ameaça de que ele se mantenha em silêncio os partidos elaboram estratégias para tentar extrair informações do contraventor. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirma que, apesar de ser um depoimento muito esperado na comissão, os parlamentares não têm expectativa de que seja frutífero. Ela sugere que, como alternativa para que o bicheiro se proponha a falar, parte da sessão seja fechada.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) é outro dos integrantes da CPI que está “conformado” com a possibilidade de Cachoeira não aportar muitas informações em seu depoimento. O tucano afirma que seu partido investirá em perguntas que não envolvam diretamente o contraventor, para aumentar a possibilidade de obter respostas. “O nosso foco é a Delta, que ainda não foi investigada pela Polícia Federal”, afirma. Para o senador, a opção apontada por Vanessa Grazziotin não deve prosperar: “Ele sabe que sessão fechada é uma mentira.”

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), preparou 136 perguntas para o contraventor. Os questionamentos estão divididos por blocos e enfatizam aspectos como lavagem de dinheiro, extensão da organização criminosa e relações com a Delta no Centro-Oeste, excluindo a atuação da empresa em outros estados. A relação com o ex-dirigente do Dnit Luiz Antonio Pagot também está na lista de Odair.