Brasília - Com a ausência do advogado Ruy Cruvinel no depoimento que faria nesta terça-feira ao Conselho de Ética do Senado, o processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido – GO) por quebra de decoro parlamentar poderá transcorrer sem depoimentos de testemunhas de defesa.
"Ele é obrigado a vir ao depoimento à [comissão parlamentar mista de inquérido] CPMI, mas não precisa comparecer ao Conselho de Ética, e a informação que tenho é que ele pode não comparecer. Vou conversar hoje com o senador Demóstenes para ver se apresentamos outras testemunhas", disse o advogado do parlamentar.
"Caso contrário, teremos só o depoimento do próprio Demóstenes", disse Almeida Castro. Hoje, o conselho definiu que o depoimento de Demóstenes será na terça-feira (29), às 9h30. Anteriormente, essa oitiva estava marcada para segunda-feira, dia 28.
Na noite de ontem, Ruy Cruvinel enviou um ofício ao colegiado informando que não compareceria por motivos pessoais e familiares. De acordo com Almeida Castro, a defesa pretendia, com o depoimento do advogado, provar que a informação de que Demóstenes seria sócio de Cachoeira é falsa.
"Essa informação foi divulgada na imprensa que publicou uma reportagem dizendo que Cruvinel, ao ser preso, teria dito que Demóstenes era sócio de Cachoeira. Depois, ele mesmo desmentiu isso. Disse que nunca foi preso e que nunca disse isso em relação a Demóstenes", explicou Almeida Castro. "Eu não conheço esse advogado", disse.
Almeida Castro pediu hoje uma perícia nas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal referentes a Demóstenes. Segundo o advogado, uma análise feita pela defesa já identificou manipulação nas gravações que indicam que as frases foram descontextualizadas. O relator do processo, Humberto Costa (PT-PE) disse que irá avaliar o pedido do advogado.