O depoimento do contraventor deveria ter ocorrido na última terça-feira, mas foi beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deferiu o pedido para que fosse adiada a sua participação na CPI. A defesa do contraventor alegou que não teve acesso às provas existentes contra Cachoeira. Nova tentativa de adiar o depoimento foi feita nesta semana, mas dessa vez foi negada pelo STF.
Integrantes da base aliada e da oposição pretendem aproveitar ao máximo o tempo disponível para fazer perguntas a Cachoeira, com o objetivo de expor suas relações com agentes públicos e com o setor privado. Os aliados devem centrar seus questionamentos na relação do contraventor com o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e a relação com a empreiteira Delta na região Centro-Oeste, por meio do ex-diretor Cláudio Abreu.
A oposição, por sua vez, quer nacionalizar o depoimento, para tirar o foco de Perillo e Demóstenes. Por isso, tentará explorar a relação de Cachoeira com o ex-presidente da Delta Fernando Cavendish e com os governos de Brasília, do petista Agnelo Queiroz, e do Rio de Janeiro, do peemedebista Sérgio Cabral. "Não esperamos muito do depoimento", admitiu o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), para quem o contraventor não produzirá prova contra si.