Teve início por volta das 14h10 no Congresso Nacional a sessão para ouvir o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar as relações dele com agentes públicos. Tão logo foi aberta a sessão, o bicheiro disse que foi orientado a não responder qualquer pergunta. "Boa tarde. Estou aqui como manda a Lei para responder o que for necessário. Constitucionalmente, fui advertido para não dizer nada e não falarei nada aqui. Somente depois da audiência que terei no juiz. Depois, se acharem que posso contribuir, responderei a qualquer pergunta", disse Cachoeira.
Diante a negativa de Cachoeira em responder os questionamentos, o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), indagou sobre a possibilidade de ouvir o contraventor em uma sessão secreta. Já o deputado Fernando Francisquini (PSDB-PR), depois de fazer alguns questionamentos, reclamou da postura de Cachoeira. “O depoente não pode achar que aqui tem um monte de palhaço”, reclamou.Cachoeira chegou a afirmar que os parlamentares “forçaram” a ida dele à CPMI antes da audiência com o juiz. “Antes de eu depor eu não posso falar, não vou falar. Depois disso, vamos ver. Foi o pedido de sempre para reavaliar nossa vinda. Quem forçou foram os senhores”, afirmou cachoeira.
Integrantes da base aliada e da oposição pretendem aproveitar ao máximo o tempo disponível para fazer perguntas a Cachoeira, com o objetivo de expor suas relações com agentes públicos e com o setor privado. Os aliados devem centrar seus questionamentos na relação do contraventor com o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e a relação com a empreiteira Delta na região Centro-Oeste, por meio do ex-diretor Cláudio Abreu.
A oposição, por sua vez, quer nacionalizar o depoimento, para tirar o foco de Perillo e Demóstenes. Por isso, tentará explorar a relação de Cachoeira com o ex-presidente da Delta Fernando Cavendish e com os governos de Brasília, do petista Agnelo Queiroz, e do Rio de Janeiro, do peemedebista Sérgio Cabral. "Não esperamos muito do depoimento", admitiu o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), para quem o contraventor não produzirá prova contra si.