O assunto vem sendo abordado com extrema cautela pela cúpula petista desde a polêmica do chamado o kit anti-homofobia – elaborado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Haddad e cuja distribuição em escolas foi cancelada depois de protestos de lideranças religiosas.
Dentre as propostas que serão apresentadas nesta quinta, o núcleo LGBT do partido pedirá que Haddad resgate e adote o projeto engavetado pela presidente Dilma Rousseff nas escolas.
Se agregar essas demandas, Haddad terá a difícil tarefa de conciliá-las com as exigências feitas por lideranças religiosas nas costuras de eventuais alianças. “É uma questão que é possível convergir”, minimizou o chefe da coordenação da pré-campanha e presidente do PT municipal, vereador Antonio Donato. Os líderes da militância asseguram que não vão admitir que propostas sejam moeda de troca nas negociações.
Militantes gays do PT recordam e cobram do atual pré-candidato as mesmas ligações estreitas que tinham com a atual senadora Marta Suplicy, ex-prefeita da capital. Por isso, a reunião desta quinta será para apresentar Haddad à militância. “A parceria de Marta com o LGBT é inquestionável. Mas diferente da Marta, que tem uma relação histórica conosco desde os anos 80, o Haddad ainda tem uma história a ser construída”, disse Marcelo Hailer, militante gay.
Eixos
As propostas pregam o combate à homofobia em cinco eixos da administração: na educação, na cultura, na saúde, no transporte e no trabalho. Em educação, por exemplo, o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay – como ficou conhecido o material do MEC.
Na área da saúde, o texto sugere o uso do nome social no SUS. Freire quer ainda que a criminalização da homofobia vire bandeira da campanha.