Na versão que ele apresentou à CPI, Claudio lhe repassou os três cheques para pagar o governador. Ele disse que não sabia quem eram os emitentes dos cheques. Garcez contou que repassou os cheques a um assessor de Perillo, de nome Lúcio.
O ex-vereador falou ainda que tentou, sem sucesso, vender a casa por um valor maior. Foi aí que Claudio Abreu passou a pressioná-lo para pagar a dívida. Ele então vendeu o imóvel pelo mesmo valor que comprou ao empresário Walter Paulo, dono de uma faculdade no Estado. Recebeu dele uma comissão de R$ 100 mil.
Garcez disse ter ficado com medo de ser demitido por Claudio Abreu que, além de ter emprestado o dinheiro, o empregava na regional da Delta do Centro-Oeste por R$ 20 mil mensais. O ex-vereador afirmou que prestava consultoria para a construtora. Ele disse também que ganhava outros R$ 5 mil mensais para prestar consultoria ao laboratório Vitatan, da família Cachoeira.
"Não faço parte de nenhuma organização criminosa", afirmou Garcez, ressaltando que orientava, "sempre do ponto vista institucional", a construtora em contatos com governos estadual, municipal e federal.
O ex-vereador disse que jamais se encontrou com Perillo na sede do governo estadual para lhe entregar dinheiro, como sugerem os grampos feitos pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Ele disse que a gravação foi montada e sustenta que toda a apuração contra ele é ilícita por ter investigado ilegalmente um senador sem que fosse no Supremo Tribunal Federal (STF).
Depois da exposição inicial, Garcez anunciou que não deve responder às perguntas feitas pelos parlamentares da CPI, mas somente esclarecer eventuais dúvidas sobre o que ele já falou.