Para Collor, a omissão do chefe do Ministério Público de não levar adiante a Vegas materializa o crime de prevaricação e, no mínimo, constitui ato de improbidade administrativa por não ter cumprido prazos previstos em lei para lidar com uma investigação.
O senador disse que se Gurgel não tinha indícios contra pessoas de foro privilegiado, ele tinha as alternativas de pedir diligências, buscar mais informações, arquivar o caso em 15 dias segundo o Código de Processo Civil, ou devolver o caso para a Justiça de primeira instância. Collor disse que a atuação do procurador-geral foi "criminosa".
"O fato é que o senhor Roberto Gurgel nada sobrestou; ao contrário, omitiu-se ou prevaricou, falhou com a verdade, ao afirmar a necessidade de se retomarem as interceptações telefônicas e outras diligências", afirmou. "No engavetamento da Operação Vegas, sem as formalidades legais, ou seja, com despacho de arquivamento, o procurador agiu de forma criminosa, já que um membro do Ministério Público que atua em qualquer entrância ou instância tem de agir nos estritos limites da legalidade", disse.
No discurso, Collor lembrou que os delegados responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlo disseram que as duas investigações ao contrário do que afirmou Gurgel, não tem ligações entre si. O senador já apresentou pedidos de convocação do procurador-geral e da mulher dele, a subprocuradora Cláudia Sampaio. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a subprocuradora disse que o MP tomou em conjunto com a PF a decisão de "segurar" a operação Vegas.