Segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, o Produto Interno Bruto do agronegócio mineiro deve atingir R$ 119,4 bilhões este ano. Romano acredita que o produtor mineiro está resguardado em relação às mudanças anunciadas, porque a legislação mineira já vinha fazendo a discussão sobre Áreas de Preservação Permanente (APPs). Segundo ele, o Código Florestal impactará mais o pequeno e o médio produtor. O grande produtor, afirma, já está cuidando de fazer “seu ajuste”. Paulo Romano lamenta que tenha havido pouca discussão sobre geração de ganhos ambientais e muito embate sobre punições e passivos, e lembra que os desmatadores do passado não agiram de má-fé. “Os cafeicultores no Sul de Minas estão lá há séculos, quando se instalaram lá não sabiam de legislação ambiental. Na época o certo era desmatar para plantar”, argumenta.
Meio termoO presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Mário Werneck, também defende que a presidente foi razoável em seu posicionamento e pondera que deve haver um meio termo entre sustentabilidade e razoabilidade. Ele argumenta que na Bacia do Rio São Francisco deveria haver uma área de preservação e uma área de cultivo que não seja agressiva ao meio ambiente. “Nós temos gente passando fome também. Temos que fazer um modelo em que possamos fazer como fazem no Rio Nilo”, defendeu..
Mário afirma que o novo código irá trazer para Minas uma política que busque preservar o que ainda nos resta de Mata Atlântica. “O modelo passa a ser aqui ‘preservare ainda que tardia’”, brinca. Para ele, os estados terão que ser, de agora em diante, sempre mais restritivos do que determinará o Código Florestal, nunca menos. “É um marco”, comemora.