Os vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto do Código Florestal não devem, no entanto, assustar os produtores mineiros. É o que diz o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Paulo Afonso Romano, que acompanha a discussão há muito tempo. “Não vejo desassossego para Minas Gerais”, garantiu, antes de ponderar: “Se não for feita uma política de financiamento de serviços para o produtor recuperar áreas comprometidas vai ser complicado”.
As características do estado, com uma topografia acidentada e rica em montanhas, com uma enorme bacia hidrográfica e sendo um dos estados com mais unidades de conservação em todo o país, pode ser um empecilho para agricultores e pecuaristas mineiros. Topos de morros e leitos de rios – que devem ter uma faixa em volta preservada – estão entre os tópicos em que a presidente não concordou com as posições da Câmara.
Meio termoO presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Mário Werneck, também defende que a presidente foi razoável em seu posicionamento e pondera que deve haver um meio termo entre sustentabilidade e razoabilidade. Ele argumenta que na Bacia do Rio São Francisco deveria haver uma área de preservação e uma área de cultivo que não seja agressiva ao meio ambiente. “Nós temos gente passando fome também. Temos que fazer um modelo em que possamos fazer como fazem no Rio Nilo”, defendeu..
Mário afirma que o novo código irá trazer para Minas uma política que busque preservar o que ainda nos resta de Mata Atlântica. “O modelo passa a ser aqui ‘preservare ainda que tardia’”, brinca. Para ele, os estados terão que ser, de agora em diante, sempre mais restritivos do que determinará o Código Florestal, nunca menos. “É um marco”, comemora.