Demóstenes decidiu falar no Conselho de Ética porque esse será o único elemento de defesa no processo que pode culminar na cassação do seu mandato. As outras testemunhas que ele havia arrolado – o advogado Goiás Ruy Cruvinel e o Cachoeira – se negaram a depor. Para o presidente do Conselho, senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE), "o depoimento dele se configura uma peça importante" e será o "maior instrumento de defesa". Por conta disso, Valadares não vai limitar o tempo que Demóstenes terá para falar e permitirá que senadores de fora do Conselho participem da sessão.
Integrantes do colegiado antecipam um clima pesado para o senador, que tem sido evitado pelos colegas. "Existe uma total decepção com a relação à conduta do Demóstenes no âmbito do Senado. Noto que há um ambiente muito crítico em relação a ele", disse um parlamentar. Mas os senadores evitam antecipar se o processo resultará em cassação.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) acredita que Demóstenes não deve se recusar a responder aos questionamentos. "Ele é um homem experiente e com certeza virá com muitos argumentos", comenta. Nogueira destaca que o "grande dilema" que deve ser confrontado é saber até onde o mandato do senador de Goiás estava a serviço de Cachoeira. "Eu vou totalmente desarmado, evitando fazer um juízo de valor prévio”.