“A história do Araguaia deve ser detalhada, temos que empreender esforços para encontrar os corpos dos desaparecidos”, diz Sezostrys Costa, diretor da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia. “A Comissão da Verdade tem que atuar em torno da Operação Limpeza, ocorrida em 1975”, acrescenta o diretor da associação dos torturados, referindo-se a uma suposta ação para eliminar indícios de violência praticada pelos militares.
Além disso, Costa diz que os camponeses tinham que comunicar às autoridades quando saíam das cidades. “Eles não tinham o direito de ir e vir”, observa o diretor da Associação dos Desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, que dá uma pista sobre o paradeiro das vítimas. “Existem documentos nos arquivos públicos de Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão. Além disso, quando as pessoas viajavam, comunicavam às delegacias de Polícia próximas às áreas de conflito”, acrescenta.
Nos últimos três anos, o governo tenta encontrar vestígios de guerrilheiros mortos pelos militares. Em 2009, o Ministério da Defesa, cumprindo ordem judicial, constituiu um grupo de trabalho formado por vários órgãos que vêm fazendo escavações na região do Araguaia, mas até agora foram encontradas apenas duas ossadas. Os moradores, porém, esperam muito mais: querem seus desaparecidos. Alguns eram acusados de ajudar os guerrilheiros, enquanto outros simplesmente morriam por não delatar os comunistas.