Brasília – A CPMI de Cachoeira deve quebrar nesta segunda-feira o sigilo fiscal e bancário da Delta Nacional. Apesar da pressão de setores do PT, que consideram mais prudente restringir, por enquanto, as investigações à Delta Centro-Oeste, integrantes da comissão ouvidos pelo Estado de Minas declararam que não existem mais condições políticas para blindar a investigação da sede da construtora, no Rio de Janeiro, sob o risco de aumentar ainda mais o descrédito do inquérito parlamentar. Ainda assim, sob protestos de alguns governistas, como o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP): “Essa não é a CPI das empreiteiras”.
Por razões distintas, PT e PSDB pressionam pela convocação de Marconi Perillo. Os petistas se reuniram na noite de ontem e pretendiam discutir o assunto também com líderes do PMDB. Já o PSDB pretende expor os acordos firmados pelos governistas para proteger seus governadores. “Amanhã (hoje), o Brasil vai conhecer o que essa maioria que eles têm na CPI quer. Eles vão ter que mostrar a cara ao Brasil”, disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE).
Demóstenes
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) dividirá seu discurso de defesa hoje no Conselho de Ética em três etapas. Na primeira, fará um resumo de seus mandatos parlamentares, o anterior e o atual, ressaltando sua atuação combativa como senador. Na segunda, abordará as denúncias que pesam contra ele, afirmando que não é o único que mantém relações com Carlinhos Cachoeira. Da lista fariam parte deputados, governadores, prefeitos e empresários do Rio, São Paulo e Goiás. Por fim, dará espaço para os senadores questionarem sua proximidade com o bicheiro.
Com Adriana Caitano