O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou, ao chegar à reunião do Conselho de Ética do Senado, nesta terça-feira, que considera a defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) uma "missão impossível". Nesta terça, Demóstenes vai quebrar quase dois meses de silêncio, desde que foram divulgadas as relações dele com o contraventor Carlinhos Cachoeira pelas Operações Vegas e Monte Carlo, deflagradas pela Polícia Federal (PF), e as tentativas de influenciar o Congresso Nacional a favor do bicheiro. A reunião começou por volta das 10, depois de o senador ter chegado acompanhado pelo advogado Antônio Carlos de Almeida, o Kakai.Para o líder do PSDB, houve quebra de decoro parlamentar. "Os fatos são contundentes e nada pode reverter essa expectativa de cassação de mandato", disse. Já o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo de cassação por quebra de decoro do mandato de Demóstenes, preparou 96 perguntas para fazer ao colega parlamentar, durante o depoimento desta manhã. "Estou inteiramente aberto a confrontar as denúncias com a defesa dele e elaborar um relatório levando em consideração tudo isso", afirmou.

O senador goiano foi citado em 292 diálogos de Cachoeira, de acordo com os delegados da PF, e participou de 365 conversar com o contraventor. Conforme informações preliminares da defesa de Demóstenes, ele vai tentar provar a inocência ao resgatar momentos da vida púlica nos primeiros vinte minutos da reunião e estará disposto para responder as perguntas do Conselho, já que as outras testemunhas indicadas por ele, o advogado Ruy Cruvinel e o próprio Carlos Cachoeira se recusaram a depor.

Com Agência Senado