O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) admitiu nesta terça-feira, em depoimento ao Conselho de Ética, que o contraventor Carlinhos Cachoeira pagava a conta do aparelho Nextel que ganhou dele e no qual conversavam. Ao responder a pergunta do relator Humberto Costa (PT-PE), Demóstenes disse que era Cachoeira quem pagava a conta, "R$ 50, R$ 30 por mês".
Ao relator, Demóstenes disse que não soube precisar quando ganhou o aparelho de presente do contraventor. Durante todo o depoimento, que dura mais de três horas, o senador fez questão de falar que é amigo de Cachoeira, mas acreditava que ele, até a Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal no final de fevereiro, era apenas empresário e não tinha negócios ilícitos.
Questionado se seria "estranho" ganhar o Nextel, o senador disse que não achou, "porque falava em qualquer lugar". "Hoje, eu jamais faria isso", observou ele. Demóstenes disse que logo após a prisão de Cachoeira devolveu "imediatamente" o aparelho para a esposa do contraventor, Andressa Mendonça. O depoimento do senador ainda segue com as perguntas feitas pelo relator.