O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), foi ameno e evitou críticas ao PT. Ele atribuiu a aprovação do requerimento à falta de acordo entre todos os partidos na comissão para que a quebra de sigilo da empresa se limitasse às operações do Centro-Oeste, como já havia sido aprovado. "Já que não houve acordo, abriu tudo", disse Eduardo Alves. "Essa decisão (de não aprovar a quebra de sigilo ampla) só poderia ser tomada por consenso", continuou.
Sem acordo e sem os 17 votos para derrubar o requerimento, mesmo os integrantes contrários à quebra de sigilo da empresa votaram a favor, para evitar serem expostos politicamente como protetores da Delta. "Não houve acordo e o melhor era não expor ninguém para não parecer uma disputa entre o governo e a oposição", argumentou o líder peemedebista.
O único voto contra o requerimento de quebra de sigilo foi do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Ele justificou a posição afirmando que mantinha a coerência. Há duas semanas, Vaccarezza foi flagrado mandando um torpedo de seu celular, durante a reunião da CPI, para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Na mensagem, o petista mostrava que o governador seria protegido na comissão.
Fontes parlamentares consideram que a quebra do sigilo da empreiteira atingirá, inevitavelmente, o governador Cabral, que mantém estreitas ligações com o sócio da Delta Fernando Cavendish. A empresa tem negócios com o governo do Rio de Janeiro.