Aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal, o projeto em questão traz uma lista de terrenos que poderão ser vendidos pela PBH com a justificativa de arrecadar recursos para a política municipal de habitação e para urbanização em geral. Entre as áreas estão lotes ocupados, ruas, área de preservação ambiental e ainda um terreno de onde, em 1973, famílias foram retiradas para a construção de uma avenida que nunca foi aberta. O Ministério Público estadual já abriu um processo administrativo para verificar a legalidade da operação.
De acordo com o procurador da PBH, embora existam em Belo Horizonte outras áreas desocupadas, elas não poderiam ser usadas para o programa habitacional, por diversos fatores, como a topografia e localização não adequada em termos de infraestrutura. “É preferível a prefeitura vender essas áreas do que elas serem ocupadas por invasões”, argumentou ele, completando que o assunto está gerando polêmica entre pessoas que desconhecem as ações da prefeitura e desconfiança sobre os reais objetivos da administração com essas vendas.
Marco Antônio afirmou ainda que está disposto a prestar todas as informações necessárias, caso seja solicitado pelo Ministério Público. “Muitas informações podem ser carreadas ao procedimento aberto pelo MPF, de modo a possibilitar ao órgão ministerial formar um juízo mais equilibrado da questão. É o que se espera”, ponderou na nota.
Votação
O Projeto de Lei 1.698 deverá ser votado no início da próxima semana no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O requerimento protocolado pelo vereador Daniel Nepomuceno (PSB) que prevê que a proposta seja colocada na pauta de votação sem passar pelas comissões deve ser retirado de tramitação. Temendo não conseguir aprovar o PL, o governo deve estender o prazo de discussão com os vereadores. Na reunião extraordinária de segunda-feira, vários parlamentares foram ao microfone pedir mais tempo para debater o projeto. Nos bastidores, a informação é de que o Executivo deve apresentar um novo substitutivo retirando alguns lotes polêmicos do texto. Em entrevista ao Estado de Minas no dia 18, o secretário municipal de Governo, Josué Valadão, afirmou que a prefeitura iria fazer algumas mudanças no projeto para o segundo turno.