PMDB, PV, DEM e PR se uniram em Belo Horizonte para articular a montagem de duas chapas a serem lançadas na disputa pela prefeitura, em outubro. O objetivo é tentar levar a eleição para o segundo turno contra o prefeito Marcio Lacerda (PSB), considerado, ao menos por enquanto, o nome mais forte na briga pelo comando da capital. Do grupo, duas legendas, PV e PR, têm cargos no governo municipal.
Segundo Malheiros, a tendência é que o DEM indique o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo PV. "Estamos 95% fechados com a legenda", garante. O presidente municipal e estadual do partido, deputado estadual Gustavo Corrêa, não confirma que o acordo esteja tão próximo. "O que posso dizer é que não estarei ao lado do prefeito Marcio Lacerda nas próximas eleições", desconversa o parlamentar.
O acordo entre PV e DEM em BH faz parte de estratégia que prevê a união das duas legendas em Salvador (BA). Malheiros almoça hoje, em Belo Horizonte, com um enviado do deputado federal ACM Neto, pré-candidato do DEM na capital baiana. O PV mantém postos na secretaria municipal de Meio Ambiente da capital e na Fundação de Parques Municipais. Malheiros, que preside o diretório municipal do PV, nega, porém, ter feito qualquer indicação a Lacerda.
O presidente municipal do PR, Leonardo Portela, subsecretário de estado de Relações Institucionais, negou a existência de negociações com PMDB, PV e DEM. "Discutimos e tomamos a decisão de permanecer com o prefeito Marcio Lacerda", garantiu. Representantes dos três partidos, no entanto, afirmam que o próprio Portela poderá ser vice na chapa do PV ou do PMDB. O PR comanda duas regionais na prefeitura: Noroeste e Pampulha.
Tucanos
O pré-candidato peemedebista também confirma as negociações com as legendas, mas diz que abriu outra frente de articulações, junto ao PSDB, do governador Antonio Augusto Anastasia. "Vamos tentar convencer os líderes do partido da necessidade de um reposicionamento em relação a Marcio Lacerda", afirmou. Os tucanos fazem parte do governo municipal, mas a participação do Palácio da Liberdade nas negociações do PMDB, PV, DEM e PR mostra que as relações com o prefeito não vão bem.
O argumento usado por Quintão, que também é presidente municipal do partido, para tentar atrair os tucanos tem a ver com as eleições presidenciais de 2014. "Eu vou apoiar o senador Aécio Neves (PSDB) na briga pelo Palácio do Planalto. Já Marcio Lacerda vem deixando claro que não pretende seguir esse caminho", argumenta. O presidente municipal dos tucanos, deputado estadual João Leite, prefere evitar a polêmica. "Estamos aguardando as articulações", esquiva-se.