Já o relator da comissão, o deputado petista Odair Cunha (MG), disse que o trabalho dele será o de "individualizar condutas". Ele acredita que as convocações de Agnelo e dos demais governadores citados no processo não seriam fundamentais neste momento. "Nos temos que individualizar condutas, não podemos tratar os diferentes de maneira igual. Claro que a vinda do governador Agnelo também contribui com a nossa investigação. O que eu defendi, essencialmente, foi que esse tema não fosse decidido agora. Poderia ser decidido mais adiante, havendo a investigação".
Odair Cunha avisou que todos que prestarem depoimento agora, enquanto os trabalhos ainda se iniciam, podem ser reconvocados. E reconheceu que há indícios de envolvimento dos governadores citados com o empresário goiano Carlos Augusto ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar uma rede de tráfico de influência de jogos ilegais.
"Há indícios mais contundentes no que diz respeito aos dois governadores . É claro que há níveis diferentes de envolvimento com a organização criminosa . governador Marconi Perillo, é muito mais evidente o seu envolvimento. governador Agnelo Queiroz, menos evidente. É claro que a vinda deles vai ser a oportunidade de darem as explicações necessárias", disse o relator.
Perillo foi convocado com votação unânime. Nessa terça-feira, ele já havia informado à CPMI que gostaria de prestar depoimento. A convocação de Agnelo, por sua vez, foi aprovada por 16 votos favoráveis e 12 votos contrários. Já o pedido de convocação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), foi rejeitado pelo plenário da CPMI.
O relator disse que não há, por enquanto, indícios da ligação de Cabral com esquema investigado pela CPMI. Mas ressalvou que a convocação do governador fluminense pode ser reavaliada. "Não há indicio de envolvimento do governador Cabral com o senhor Carlos Cachoeira, com a organização criminosa. É claro que eu falo a partir da realidade de provas que nós temos neste momento. O governador Cabral ou qualquer outra pessoa pode comparecer à CPMI quando nós acharmos adequado e necessário", disse Cunha.