Os partidos nanicos que nas eleições de 2008 conquistaram 40% das cadeiras na Câmara Municipal de Belo Horizonte querem ampliar ainda mais a sua representação política e desbancar os grandes. Em reunião realizada ontem, na sede do PR, o PMN, o PTdoB, o PSC, o PTN, o PRP, o PSDC, o PSL e o PTC abriram as suas chapas proporcionais e fizeram cálculos. A intenção: identificar as coligações mais eficientes, capazes de eleger o maior número possível de candidatos.
Essa prática, que há 10 anos se tornou uma rotina para os partidos nanicos, nem sempre resulta em alianças. Em 2008, por exemplo, o PR, o PHS, o PSC, o PTC, do PTdoB, o PRP e o PSL – legendas que conquistaram representação no Legislativo municipal, optaram por não se coligar. À exceção do PR, esses partidos elegeram inclusive mais vereadores do que siglas tradicionais como o DEM. O partido conquistou só uma cadeira e, ao longo da última década, tem registrado um encolhimento no país, que se reflete em Belo Horizonte.
Na presidência do PTN, Wellington Magalhães, vereador cassado, anuncia que retomará o seu mandato. “Vamos nos coligar com o PP e faremos de três a quatro cadeiras”, afirmou. “A nossa é uma das melhores chapas proporcionais que disputará as eleições”, acrescentou, em referência ao fato de ter muitos candidatos com uma votação mediana, o que os anima individualmente a buscar votos porque todos têm possibilidade de se eleger. Ao mesmo tempo, o PTN não tem nenhum vereador, o que torna a legenda mais valorizada. Os vereadores de pequenas legendas são empecilhos para as chapas “promissoras”, pois, como já partem de um cacique eleitoral superior à base de todos os outros candidatos, tendem a “espantar” candidatos bem votados, mas com base inferior à dos “cabeças”. Entre os nanicos, estão se delineando as seguintes coligações proporcionais: o PR com o PSDC, o PMN com o PSC e o PTdoB com o PRP.
Vice-prefeito
Se as pequenas legendas olham na mesma direção na hora de montar as chapas proporcionais, ainda não chegaram a um acordo em relação ao posicionamento sobre as candidaturas majoritárias. Ontem, enquanto o PR defendeu que a plenária de nanicos apresentasse um candidato a vice-prefeito na chapa de Marcio Lacerda (PSB), no PTN, Wellington Magalhães articulava a indicação de um vice para os partidos que vão enfrentar o socialista nas urnas. “Marcio Lacerda está preocupado com o PT e larga os pequenos, que têm representatividade nas vilas e favelas. Queremos ser valorizados. Vamos indicar um vice para quem nos queira”, afirmou Magalhães.