A Justiça Federal suspendeu, nesta quinta, uma maratona de audiências marcadas para hoje e amanhã, com o Carlinhos Cachoeira e outros sete membros da organização criminosa comandada pelo contraventor, que seriam realizadas em Goiás. Na noite dessa quarta-feira, a defesa do bicheiro conseguiu liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para suspender a audiência. O desembargador Fernando Tourinho Neto atendeu parcialmente a um pedido de habeas corpus da defesa, que criticava restrições ao processo e a impossibilidade de conversar reservadamente com seu cliente. Atualmente, Carlinhos Cachoeira está detido no Presídio da Papuda, em Brasília. Apesar de o pedido ser apenas para Cachoeira, a decisão atingiu a todas as 14 testemunhas e os oito réus que iriam depor.
Na decisão, o desembargador alega que o processo não pode continuar enquanto as companhias telefônicas não fornecerem dados complementares e enquanto não houver pelo menos quatro horas de conversa privada entre Cachoeira e seus advogados, sem a supervisão de agentes da Polícia Federal. A decisão liminar ainda pode ser revista pelo TRF da 1ª Região.
No pedido de habeas corpus, a defesa também criticou o desmembramento do processo entre os réus presos (8) e em liberdade (73), alegando que isso estava prejudicando o conhecimento das provas e depoimentos colhidos nos dois lados. Tourinho Neto também considerou a separação do processo foi equivocada, mas não determinou qualquer providência em relação a isso.
Convocado pela CPI que investiga suas relações com políticos, Cachoeira afirmou que estava disposto a contar o que sabia após o depoimento em juízo marcado para sexta-feira. Braço-direito do contraventor, Lenine Araújo de Souza também prometeu colaborar após a audiência. Por meio dos advogados, o contador do grupo chegou a procurar o MP em busca de delação premiada. A defesa de Lenine tenta agora algum benefício na CPI.
O Ministério Público Federal deve entrar, ainda hoje, com um agravo regimental com pedido de liminar para suspender a decisão do juiz Tourinho Neto, do TRF.
Com Agências Estado e Brasil