Brasília – Vários senadores criticaram o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), por ele ter encerrado a sessão depois do bate-boca. Um bloco de integrantes da comissão, com o silêncio de Demóstenes, pretendia transformar o depoimento numa reunião administrativa. O objetivo era votar ontem requerimentos para a convocação e quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish.
Vital do Rêgo minimizou a confusão entre o deputado Sílvio Costa (PTB-PE) e o senador Pedro Taques (PDT-MT). De acordo com ele, foi decidido pela própria comissão liberar os depoentes que se negam a prestar informações. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) afirmou que a sessão não deveria ter sido interrompida. "Um bate-boca não pode servir de motivo para isso. Poderíamos ter feito uma sessão administrativa, poderíamos continuar questionando para que o senador dissesse várias vezes que não quer falar. O presidente deveria mostrar que tem controle sobre os trabalhos e isso não aconteceu", afirmou. A única decisão anunciada ontem pela CPI foi a marcação das datas dos depoimentos dos governadores. Marconi Perillo (PSDB-GO) vai falar no dia 12 e Agnello Queiroz (PT-DF), no dia seguinte.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) declarou que Demóstenes acabou virando vítima na sessão de ontem. "Ele (Sílvio Costa) acaba deixando Demóstenes aparecer como vítima de uma falta de urbanidade e de respeito, que é condição essencial para o convívio no parlamento."
Do lado de fora do plenário, Sílvio Costa e Pedro Taques se encontraram. Os dois, separadamente, voltaram a falar sobre a confusão. "Eu estava falando como líder e ele não podia interromper minha fala para uma questão de ordem para defender o colega. Mas agora ele tirou a máscara e mostrou que é um dos defensores de Demóstenes no Senado." Taques rebateu. "Não faço parte da chacrinha deste deputado, do séquito deste deputado, portanto, não tenho que bater boca com este deputado."