Em pouco mais de 20 minutos de discurso, Lula se referiu a Serra como o candidato à presidência "que tomou uma tunga da companheira Dilma" e que abandonou a cidade com apenas um ano e quatro meses de mandato. Ao afirmar que os adversários de Haddad são "frágeis", Lula se referiu a Serra: "Tem um (dos pré-candidatos) que já está desgastado. Nem sei por que ele quer ser candidato a prefeito", ironizou o ex-presidente.
No discurso, Lula afirmou que o tucano usou a cidade como trampolim para ser candidato à presidência. "São Paulo tem sido relegada a segundo plano", criticou. Ao lembrar que, embora more em São Bernardo do Campo, tem sua história muito ligada a São Paulo, Lula disse que a capital precisa de alguém que cuide dela como uma mãe cuida de seus filhos. E, nos elogios, deixou escapar um palavrão: "São Paulo é uma p... de uma cidade".
Em uma breve retrospectiva sobre a história do PT na cidade, Lula lembrou que o partido teve de ir além do patamar tradicional de 30% dos votos para conquistar a prefeitura, como aconteceu nas gestões de Luiza Erundina (1989-1993) e Marta Suplicy (2001-2004), quando esta ganhou a eleição com o apoio do ex-governador Mário Covas (PSDB). "É importante lembrar que o Covas também ganhou em 1994 e 1998 com o apoio do PT", destacou. O ex-presidente disse estar convicto de que o seu candidato vai superar a barreira dos 30% de votos. "O desafio é encontrar o mote para falar com os 15% ou 20% que ainda "teimam em não votar no PT", disse.
Mesmo com dificuldade para falar, Lula aproveitou seu discurso para agradecer aos petistas que disputaram a indicação do partido com Haddad, entre eles a senadora Marta Suplicy, um dos nomes mais mencionados no evento, mas que não compareceu. "Você não é o meu candidato, você é o candidato que o povo de São Paulo precisa para mudar a relação entre cidade e governo", disse o presidente para Haddad.